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O que há de errado com as pesquisas de satisfação de clientes

O que há de errado com as pesquisas de satisfação de clientes

Temos observado, em mais de 500 estudos de “Satisfação de Clientes” que realizamos, terem ocorrido três verdades presentes na grande maioria dos casos e três falácias recorrentes, mas, felizmente, na minoria dos exemplos que temos para contar.


As três verdades estão concentradas na intenção, sinceridade e esforço do patrocinador. A primeira verdade é que as melhores intenções movem a decisão pela execução da pesquisa de satisfação de clientes e sempre há grande apoio interno. Em seguida, a segunda verdade é a que sustenta as boas “intenções” é a sinceridade na execução. Temos notado que a intensão de pesquisar as percepções dos clientes é sincera e sempre ilumina a melhoria nos negócios que virão depois da pesquisa feita, analisada e ações tomadas. Há uma pureza de espirito própria dos candidatos ao paraíso e lucro eterno. A sinceridade dos patrocinadores acrescenta nobreza, nexo e serventia à execução da pesquisa de satisfação. Pelo que temos visto, o esforço aplicado é a terceira verdade muito presente. Os esforços aplicados pelos executivos cuidam para que a intenção e a sinceridade, que lastreiam o propósito de valorizar a opinião dos clientes, não fiquem perdidas no enorme purgatório das intenções que, lamentavelmente, nunca passam de ser só isso mesmo: “intenção sem consequência”. O esforço faz a diferença. 


Horas de planejamento e recursos financeiros são locados ao projeto. Esse é o derradeiro movimento em direção à expectativa de futuro brilhante para o relacionamento com a clientela. Supostamente é o último passo a garantir fidelização e aumentar o valor percebido dos produtos e serviços que o patrocinador oferece. Talvez até haja expectativa de que o preço possa a ser aumentado se o índice de satisfação for muito mais alto que o dos concorrentes. Lamentavelmente essas verdades glorificantes que sustentam as pesquisas de satisfação de clientes, são frequentemente acompanhadas de, pelo menos, três falácias recorrentes


A primeira falácia, mas não a de menor impacto negativo, é o raciocínio “... não precisa perguntar porque sabemos a resposta!” Essa falácia existe para mascarar fatos. É baseada em outro raciocínio justificativo -a desculpa-da-desculpa- “... não adianta pesquisar a satisfação dos clientes, porque sabemos que não passamos por bons momentos”. Lembra a estória de eliminar o sofá para evitar a traição. Essa falácia nominamos: é melhor me esconder! As pesquisas de satisfação de clientes devem ocorrer sistematicamente e não estarem subordinadas a situações oportunas ou inoportunas.


A segunda falácia é aquela que envolve a análise e planos de ações. Vivenciamos inúmeros casos – mas muitos mesmo! – em que a discussão sobre os resultados e elaboração de planos de ação que impactam nos clientes são postergados. Parte deles ironicamente justificados pelas afirmações de que “...agora já sabemos o que os clientes pensam de nós, mas não podemos fazer nada nesse momento. Fica para depois”. A contra partida dessa atitude é a tentação de planejar muitas ações que congestionam, desanimam e perdem o foco. Presenciamos workshops, que apesar das advertências, geraram dezenas, talvez até uma centena, de ações urgentes a serem tomadas. Pura inocência, para não taxar de incompetência dos lideres que patrocinaram a pesquisa de satisfação e o workshop. Denominamos essa falácia de: o que faço agora? 


Por final, mas em primeiro lugar a terceira falácia é o esquecimento de que as pesquisas de satisfação avaliam o “passado” do relacionamento. Denominamos essa falácia de: guiando pelo retrovisor! Costumamos dizer que pesquisas de satisfação refletem o “fluxo de caixa passado”, mas o que garante o “fluxo de caixa futuro” é a real leitura dos valores, competências, expectativas e dinâmica da satisfação dos clientes. O índice de satisfação não é um ponto estático e sim uma “reta”, em ascensão ou regressão.



Mesmo estando satisfeitos com o atendimento operacional, os clientes continuam exigindo sincronismo e respeito aos seus valores e expectativas futuras, além de uma inata vontade de procurar novas opções de fornecedores. Somente as Pesquisas de Preferência dos Clientes, contendo a tendência e dinâmica da satisfação com o operacional, expectativas e identidade com valores, fornecerá as informações necessárias para ações que perenizam o relacionamento. Afinidade dos “valores” entre clientes e fornecedores é a base do progresso do relacionamento. A ética é o principal agregador ou desagregador do relacionamento. A troca de informações sobre o futuro, para que seja alcançado em conjunto, é outro valor que agrega perspectivas de futuro relacionamento. Assim, na nossa experiência, verdades que sustentam a execução de pesquisas de satisfação, perdem-se no espaço se não forem eliminadas as ameaças, sobretudo as três falácias que mencionamos

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